Vida nômade: como é não ter uma casa?

Eu viajo como nômade digital desde 2015 e desde de 2017 eu não tenho mais casa. Somos apenas eu e uma mala rodando pelo mundo. Você já teve curiosidade de saber como funciona a rotina do nomadismo?

Então vamos lá, eu vou te contar como foi esse processo, como é a vida nômade e como eu faço para lidar com algumas situações cotidianas sem uma casa.

Pelo fato de eu ser nômade digital e viajar o mundo, eu não tenho casa, não tenho carro e não tenho praticamente nenhum bem físico que me prenda.

 

Como eu decidi?

Eu iniciei a minha vida como nômade digital em 2015, mas eu ainda tinha um apartamento alugado e um endereço físico no Brasil. Aproximadamente 1 ano e meio depois, o amigo com quem eu dividia esse apartamento resolveu se casar. Então eu fiquei com 3 opções:

1- Alugar um apartamento só para mim

2- Comprar uma casa

3- Desistir de ter um endereço físico e viver como nômade efetivamente.

Eu escolhi a 3 opção e já fazem 4 anos que eu não tenho mais um lar para voltar e chamar de meu.

Desapega, desapega, OLX

A partir do momento que eu tomei essa decisão, eu precisei abrir mão de todas as coisas que eu tinha no meu apartamento. Cama, guarda-roupa, TV e diversos outros móveis e acessórios. Algumas coisas eu vendi, outras eu doei e no final eu fiquei com apenas 3 malas.

Duas delas eu mantenho no Brasil e elas têm basicamente documentos, recordações de viagens, roupas e coisas que eu não utilizo no meu dia a dia, mas ainda quero manter. Quando eu tô eu no país, eu acabo dando uma olhada nelas, mas eu confesso que cada vez menos eu tenho lembrado e olhado para as coisas que estão na mala.

Já a terceira mala, é a minha famosa mala amarela que me acompanha para todo o canto. Ela suporta mais ou menos 23 kg e é onde eu coloco as coisas que realmente importam pra mim e que eu preciso ou gosto de ter no meu dia a dia.

O que eu levo na mala?

Normalmente eu carrego roupas para 10 dias e alguns utensílios que eu gosto e uso muito. Como por exemplo, um moedor e um fazedor de café (que é aeropress) que me permitem fazer um bom café aonde quer que eu esteja.

Nesse vídeo do YouTube eu mostro os 7 acessórios mais diferentes que eu carrego na minha mala para me sentir mais em casa.

Então sim! A mala de um nômade não é só roupa! Eu consigo carregar algumas coisas “extras”, que não seriam essenciais para a minha sobrevivência, mas que eu gosto muito, desde que me limite aos 23 kg que cabem na mala e que são aceitos pelas companhias aéreas.

Por isso, em geral quando eu compro uma roupa ou um calçado novo, eu preciso doar outro no lugar, para não ter problemas com espaço ou peso na hora de viajar.

As vezes que não ter um endereço foram complicadas

No Brasil você precisa ter um endereço e um número de telefone local para fazer diversas coisas, como abrir uma conta no banco ou ter uma empresa. E eu confesso que não tinha noção disso no começo.

Hoje eu tenho um número da Claro e eu contratei uma empresa para ter um endereço virtual. Esse endereço eu consigo utilizar tanto para pessoa física, quanto para pessoa jurídica e é para onde eu envio toda a minha correspondência, para buscar quando estou no Brasil.

Além desse endereço, eu também tenho um endereço na Alemanha, através de outro serviço que gerencia correspondência. Ele é interessante, por exemplo, para pedir cartão ou fazer algumas compras. Eu envio as correspondências, eles me avisam e eu posso pedir para que elas sejam entregues em qualquer lugar do mundo.

Do que eu sinto falta?

Uma das coisas que me deixa frustrado em não ter casa, é não poder comprar coisas. Muitas vezes eu quero comprar um eletrônico novo, um quadro ou uma lembrança e não posso porque não tenho espaço.

Outra coisa que eu gostava muito era de ter plantas. Na minha casa eu tinha várias e tive que doar tudo, por motivos óbvios.

Ou seja, se você quer virar nômade e não manter praticamente nenhum vínculo no país, você precisa aprender a se desapegar das coisas. E para isso é muito importante você aprender alguns conceitos sobre o estilo de vida minimalista. Inclusive, se você quiser se aprofundar mais no tema, assista a esse vídeo no meu canal do YouTube.

Dica bônus: 

O que eu faço, para me sentir um pouco mais em casa, é ficar majoritariamente em Airbnb ao invés de hotéis ou hostels. 

Eu escolho apartamentos inteiros e mais bem equipados, e assim eu consigo ter a minha privacidade, a minha rotina e manter muitas das facilidades de ter uma casa.

E, cara, apesar dos perrengues, essa é uma vida INCRÍVEL. A cada 3 meses eu estou mudando de casa, respirando ares novos e conhecendo pessoas e lugares novos e extraordinários. Se você realmente quer isso, se joga! Eu não me arrependo nem um fio de cabelo.

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